segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Os preguiçosos, os mal-amados e os incompetentes

Chaplin em "O grande ditador". Hoje o que tem de
"pequenos ditadores soltos por aí, hein?"
Se Deus resolvesse, num dia de ócio no infinito, vir conversar comigo, e perguntasse a mim qual tipo de gente eu gostaria de excluir da Terra, eu ficaria em dúvida. Os preguiçosos? Os mal-amados? Os incompetentes? Realmente o páreo é duro. Aí estão três características que eu simplesmente ODEIO em alguém. Gente que fica pelos cantos, resmungando da vida, reclamando de tudo, apontando o dedo para todos. Tenho lá minhas sérias dúvidas se realmente esse povo sabe o que é ser feliz e ter consciência do que faz.

Os tempos andam estranhos cá para esses lados, e acho que de alguma janela Deus está espiando tudo. É um tal de criticar por criticar, apropriar-se da verdade e sair "falando o que pensa" que não cabe numa Bíblia. A internet virou um pandemônio de ditadores de regras e não há mais espaço para quem duvida ou quem pensa diferente. Vermelho é vermelho, azul é azul, e dane-se o amarelo, o cinza ou o rosa.

Tenho lido, com certa dose de indignação, postagens de um Mala-sem-alça que nunca exerceu a profissão para a qual estudou, mas se acha "o" guru da área. Não basta criticar; o bam-bam-bam tipo exportação personifica seus ataques. Ouse escrever algo que ele não concorde. Do conforto do sofá, sem pressão, com o bolso cheio de algum dinheiro de campanha eleitoral (sim, eu apurei isso, embora o sujeito esconda de seus "admiradores" o passado de 2010), ele vomita verdades e atrai seguidores. 

E a malinha sem alça continua por aí...
Nessa mesma história, causa-me pavor aquele tipo de gente que sabe o que tem que fazer, mas não faz pelo simples motivo de "não sou obrigado". Funciona à base de e-mails enviados, com explicações tintim-por-tintim e, se o telefone tocar fora do horário comercial, acha que pode destratar os outros ou simplesmente afirmar que "resolve na segunda-feira". É capaz de preferir gastar o tempo lixando unhas e lendo revista TiTiTi de cinco meses atrás a se informar e agir com retidão, com alguma boa-vontade.

Juntando essas duas espécies não raras, chego ao terceiro grupo que eu gostaria de ver extinto. Aquela gente (e aí não estou falando só de profissões, sabe?) que só sabe olhar de canto de olho, torcer a boca, levantar a sobrancelha e apontar defeitos nos outros. Variam da voz de taquara rachada à unha malfeita da vítima, passando pela desaprovação do novo namorado, do velho marido, dos amigos próximos. Tudo é só defeito. Mas ela (a criatura com poder máximo de avaliação) sempre está por cima, intocada. Nunca se envolve. Aposto que você, caro leitor, conhece alguém assim.

Ah, se Deus viesse bater um papo comigo. Eu daria umas sugestões bem legais a ele. Pediria, também, que me modificasse e me tornasse um pouco menos observador, um pouco menos passível dessas indignações. Queria simplesmente ver essas pessoas e deixá-las ir, seguindo seus caminhos. Mas elas teimam em atravessar o meu... e como Deus não veio ao meu encontro (melhor assim), tenho que conviver com elas, ainda que com insuperável fadiga.