quarta-feira, 11 de maio de 2011

Contrapontos

Não há estrada pela qual se passe uma única vez. Do mesmo modo que as roupas lhe servem mais de um dia, que o cabelo precisa ser penteado várias vezes em poucas horas, que as emoções são revisitadas a cada novo filme lançado - ou a cada gargalhada dividida com velhos amigos.

Não há caminho sem volta - exceto o da morte, a última reta que percorremos. Não há mancha que não se limpe. O braço doeu? Tente colocar os panos de molho, sem pressa. Não existem janelas e portas impossíveis de serem abertas. Emperrou? Faz uma forcinha; tenta com jeitinho... uma hora vai! Não há realidade se, antes, não houver sonhos.

Não há prazer sem entrega, não há excessos sem culpa, não há emagrecimento sem dieta (e muito exercício!). Na mesma linha, o que pensar do crescimento? É... até para isso é necessário esforço, doses de desprendimento e muita vontade de ir adiante. Inadmissível pensar em casamento sem namoro, e divórcio sem divergências irreconciliáveis.

Não há verde sem amarelo e azul. Não há vitória sem determinação. Saudade não existe sem aquele apertozinho no coração. Até o diálogo tem pré-requisitos: poderação ao falar e paciência ao ouvir. E se não há estrada que se passe uma única vez, por que não percorrê-la de novo, tendo uma mão para segurar? Ah... não existe nós sem eu e tu.

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